quarta-feira, 9 de maio de 2007

Floresta de Sangue

Ah, fique comigo, não vá embora, no meu coração, está o mais belo lugar.


Acreditar no tempo? Tempo? O tempo que me deixa sozinha, sozinha na batalha com o animal/floresta/animal/Mundo/floresta? Medir o tempo sem céu, dias e noites, anos, horas, minutos, segundos.


Minha pele sobre o desconhecido. A pele do desconhecido dentro de mim. Eu, mulher, engravidada, grávida de mundo, “eu to grávida, grávida de um disco voador e vou parir”.


Este mundo/animal/floresta que carrego na barriga incha meus pés e cada vez que toco o frio, quente, áspero chão sou chupada, sugada, enterrada. Tontura, vertigem, vômito.


Necessidade de carinho, “prova a suavidade da minha pele sem nenhum interesse especial”. Cabeça, pescoço, peito, cintura, número do chapéu, medida do colarinho, tamanho do sapato.


O carinho se converte em tapa soco murro. Adaptar-se, afastar-se, antecipar-se, ir de encontro, não apadtar-se, atacar, recuar, golpe, garra, pontada, retroceder. Todo colo no qual ele veio a cair quis, vez por outra, ser seu túmulo. Ah, fique comigo, não vá embora, no meu coração, está o mais belo lugar.


Morte á mães.


Aniquilamento de mim, construção de mim, ruínas de mim, reconstrução de mim, mão esquerda no braço direito, osso ilíaco nos ossos do braço e as vozes inaudíveis ensurdecedoras a me dizer:


"Use Filtro Solar"

4 comentários:

Cristiano Gouveia disse...

Bela estréia nesse varal!!!

Aline Bianca disse...

adorei!!!

marcio castro disse...

acho que vou gostar de navegar aqui.

até.

Anônimo disse...

Eba! Voltou ao mundo dos blogs! Lembra do "Ai se sêsse"? hehe... Beijinhos!